Edição ampliada de O corvo e suas traduções conta com as mais importantes versões em língua portuguesa, paródias e cordel
Escrito em 1845, O corvo, de Edgar Allan Poe, transformou-se rapidamente em um dos poemas mais famosos da literatura universal depois de sua descoberta por Charles Baudelaire.
Nessa 4ª edição ampliada, organizada por Ivo Barroso e publicada pela SESI-SP Editora, reúnem-se, além das clássicas versões francesas de Baudelaire e Stéphane Mallarmé, todas as mais importantes traduções em língua portuguesa, cobrindo um período de quase um século. Com inúmeras diferenças e similitudes, as versões de Milton Amado, Machado de Assis, Emílio de Menezes, Fernando Pessoa, Gondin da Fonseca, Benedicto Lopes, Alexei Bueno e Jorge Wanderley, além de divertidas paródias e cordel integram a obra. É proporcionado ao leitor, portanto, um instigante panorama dos voos de O Corvo por outros territórios.
O livro apresenta, ainda, uma biografia de Poe, a fim de que os leitores possam conhecer, após 170 anos de sua morte, aspectos relevantes de sua vida, avaliando o estado de espírito em que o poema foi gerado.
Edgar Allan Poe nasceu em Boston, em 19 de janeiro de 1809 e faleceu em 7 de outubro de 1849. Conforme dados bibliográficos apresentados na obra, antes de completar três anos, Poe perdeu os pais, pobres atores ambulantes, sendo, então, adotado por um casal escocês, que o levou para Glasgow, onde iniciou seus estudos. Mais tarde, regressando aos Estados Unidos, em 1820, frequentou uma escola particular em Richmond, na Virgínia, na qual sua precocidade logo se manifestou. Em 1823, aos 14 anos, já escrevia seus primeiros versos.
“O Corvo” e suas traduções, pelo organizador Ivo Barroso (Trecho extraído do livro publicado pela SESI-SP Editora) Há em “O Corvo” uma tal interdependência entre o conteúdo emotivo e seu suporte estrutural, que, nas palavras de Ivo Barroso, “qualquer tentativa ou intuito de alterá-la concorre fatalmente para a diluição ou mesmo para a dissolução do encantamento poético causado precisamente por essa combinação”. Desde sua publicação, em 29 de janeiro de 1845, já o primeiro resenhador chamava a atenção do público americano para os efeitos de aliteração e o jogo de sons em lugares incomuns, dos quais se valia o poeta para criar um clima suscetível de extravasar os sentimentos de perenidade amorosa, de saudade angustiante e de cruel fatalismo que constituem os núcleos geradores do pathos, ou da emoção do poema. |
SOBRE O ORGANIZADOR
IVO BARROSO: Nascido em 25 de dezembro de 1929, Ivo Barroso é natural de Ervália (MG). Formou-se em direito, na Faculdade do Catete, e em línguas neolatinas, na Faculdade Nacional de Filosofia do Rio de Janeiro. O reconhecimento do seu trabalho intelectual é indiscutível. Tradutor, poeta e resenhista, traduziu a obra completa de Arthur Rimbaud e o teatro completo de T. S. Eliot, que lhe rendeu o prêmio de melhor tradução pela Academia Brasileira de Letras. Também se aventurou pelos clássicos, de Dante Alighieri e William Shakespeare, e pelos modernos, de Jane Austen e Italo Calvino. Publicou uma antologia de poemas traduzidos, de Charles Baudelaire. Como poeta, lançou A caça virtual e outros poemas (Record), finalista do Jabuti de 2001. Ivo recebeu, em 1998, o Prêmio Jabuti, em reconhecimento ao seu trabalho com a prosa poética de Rimbaud. É um dos fundadores da revista Senhor e do “Suplemento Dominical” do Jornal do Brasil. Viveu na Holanda, em Portugal, na Inglaterra, na Suécia e na França.